Você que está lendo isso lê e não é geólogo pode
muito bem querer saber como distinguir um mineral de uma rocha, já que
são materiais diferentes. Se você perguntar a um geólogo quais são as
características que tornam um diferente do outro, talvez ele fique um
tanto surpreso, pois, embora saiba diferenciar rochas de minerais, é bem
possível que nunca lhe tenham pedido que comparasse as características
de ambos.
Entretanto, pensando um pouco, ele lhe apontará algumas diferenças mais flagrantes.
Conceito
- Mineral é um sólido natural, inorgânico, homogêneo, de composição
química definida, com estrutura cristalina. Rocha é um agregado natural
de minerais (geralmente dois ou mais), em proporções definidas e que
ocorre em uma extensão considerável. Esses conceitos, bem como as
características citadas a seguir, admitem várias exceções, mas não as
vamos analisar aqui.
Morfologia
– as belas formas geométricas dos cristais caracterizam os minerais,
não as rochas. Estas costumam mostrar-se maciças ou em camadas.
Brilho
- as rochas não costumam ser brilhantes, os minerais sim. Brilho
metálico ou semelhante ao de vidro, por exemplo, são típicos de
minerais. As exceções existem, mas é válida a generalização.
Cor
– se o material é uma massa com grãos de duas ou mais cores, deve ser
uma rocha (ex. granito). Em algumas rochas, a cor distribui-se não em
grãos, mas em faixas e/ou áreas irregulares (gnaisses e alguns mármores,
por exemplo).
Excluindo as rochas ornamentais (sobretudo os mármores e granitos), as demais não costumam ter cores atraentes.
Transparência – as rocha são sempre opacas; transparência se vê é em minerais (mas não em todos !).
Densidade – os minerais de brilho metálico costumam ser bem mais densos que as rochas.
Volume
- se o material forma massas grandes, de vários metros cúbicos,
provavelmente é uma rocha. O material que forma um morro é rocha, não
mineral. Os grãos de areia são fragmentos de minerais, não de rocha.
Uso
- material que se usa para calçar ruas ou passeios; para revestir
paredes e pisos; para fazer concreto, muros, alicerces, etc. é rocha,
não mineral. Material que se usa para fazer jóias é mineral, não rocha.
Repetimos: todas as afirmações acima são relativas e admitem várias, quando não muitas, exceções.
Nomes – Para terminar, lembre que os nomes de rochas costumam ter a terminação ito
(granito, arenito, siltito, argilito, andesito, riolito, quartzito,
etc.), mas há muitas exceções (mármore, basalto, xisto, folhelho,
conglomerado, etc.). Observe que os nomes citados são todos masculinos,
mas há algumas poucas exceções, como ardósia.
Os nomes de minerais costumam ter a terminação ita ou lita
(pirita, calcita, cassiterita, crisólita, marcassita, fluorita,
sodalita, calcopirita, hematita, malaquita, alexandrita, etc.), mas
muitos dos nomes mais antigos fogem à regra: galena, opala, granada,
esmeralda, ágata, safira, turmalina, etc. Ao contrário dos nomes de
rochas, os de minerais costumam ser femininos, mas também aqui há, entre
os mais antigos, muitas exceções: topázio, quartzo, diamante,
feldspato, rubi, ônix, jaspe, talco, olho-de-trigre, etc.
FONTE: SERVIÇO GEOLÓGICO DO BRASIL
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