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A Gastronomia nas Civilizações Antigas

Veja o que era consumido na antiguidade por algumas das principais civilizações que marcaram a história. A gastronomia é mais do que apenas o que se leva à mesa. A partir daquilo que se come, é possível pensar uma cultura, uma civilização e as relações políticas de determinada sociedade. Viaje conosco por essa trajetória histórica da alimentação humana, partindo do conceito de “cultura”, que se desenvolveu desde a Pré-História, quando o homem começou a compartilhar a comida, passando pelos hábitos e preferências alimentares das primeiras civilizações da Antiguidade. 

ROMA ANTIGA

Começamos nossa viagem pelos cardápios antigos na terra dos Imperadores. Na Roma Antiga a gastronomia consistia somente no consumo de vegetais e frutas. Os romanos gostavam de alho, cebola, nabo, figo, romãs,laranjas, perasmaçãs e uvas. O prato típico era mingau de água com cevada. Uma versão mais sofisticada levava vinho e miolos de animais. Somente ricos comiam carne, geralmente de carneiroburroporcogansopato ou pombo. Alimentavam os porcos com figos para que sua carne ficasse perfumada e criavam os gansos de maneira especial para com eles preparar patês. Faziam o mesmo com os frangos, alimentando-os com anis e outras especiarias.


GRÉCIA ANTIGA

Os gregos estavam habituados a uma alimentação bastante frugal. Sua base alimentar era constituída de cereais. A farinha de trigo servia para fabricar o pão, (os gregos distinguiam os povos civilizados dos povos selvagens pelo uso do pão). A farinha de cevada era dissolvida na água ou no leite para se fazer uma papa (máza), que era o alimento habitual dos pobres. De preferência comiam-se legumes (alho, cebola, alho poro, alface, favas) e frutos (azeitonas, figos, amêndoas, uvas passas, tâmaras, romãs).
Raramente se alimentavam de carne. Nos dias de festas, assava-se um cordeiro ou um cabrito; às vezes servia-se carne de boi, mais freqüentemente carne de porco. Como grandes caçadores que eram, os gregos apreciavam as carnes de caça: principalmente, as carnes de lebre, perdiz, codorniz e tordo. A pesca também fornecia uma parte dos alimentos, os pobres compravam sardinhas e atum dos vendedores. Comumente, tomava-se água, o vinho era reservado para os dias de festas e principalmente para os banquetes.

Os gregos faziam três refeições diárias, ao levantar-se, tomava uma refeição ligeira de pão e vinho puro (akratismós); ao meio dia mais ou menos, o almoço (áriston) bastante reduzido. A principal era o jantar (deîpnon), nos jantares de cerimônia, além das entradas, a mesa era servida mais duas vezes (prôtai, deúterai, trápezai), na primeira vez ofereciam-se peixes, legumes, carne; na segunda: frutas e doces. Algumas vezes antes de dormir era habitual servir uma ceia ligeira (dórpon).

EGITO ANTIGO

A tão famosa civilização Egípcia prosperou graças ao poderoso rio Nilo que fertilizava as terras na época das cheias. Os plantios realizados às margens do rio proporcionavam ao povo uma comida rica e bem variada. O artigo mais produzido no Egito era o trigo, pois era o ingrediente base do principal alimento egípcio: o pão.
Segundo MILLARD (1975, p. 16, 17):
“O pão e a cerveja constituíam elementos básicos da alimentação egípcia. Para fazer o pão, a dona-de-casa ia buscar trigo no celeiro e moia-o entre duas pedras para o transformar em farinha. Era um trabalho muito duro. Depois, misturava a farinha com água e fazia pães de muitos formatos e tamanhos. Algumas vezes, adicionava-lhes um tempero, como o alho. Se a dona-de-casa desejava fazer cerveja, cozia os seus pães muito levemente. Depois esmigalhava-os, misturava-os com água e deixava fermentar a mistura que se transformava em cerveja. A mistura tinha de ser coada, antes de poder ser bebida.”


 MESOPOTÂMIA

Na Mesopotâmia as principais fontes vegetais de alimentação eram o trigo e a cevada. A conservação desses alimentos era uma das tarefas de seu dia a dia. O trigo era colhido, fervido até estar bem cozido, secado ao sol, descascado, triturado, e separado em três frações granulométricas. Esta preparação básica, denominada bulgur, podia ser armazenada por meses, fornecendo a principal alimentação diária das famílias. Com ele, podiam ser preparados diversos pratos diferentes, durante todo o ano. Até hoje, a pasta é usada pelos descendentes dos assírios, sendo a Turquia uma grande produtora mundial.
A farinha de trigo também era empregada para fabricar o pão não fermentado. A cevada servia para a preparação da cerveja, que era fabricada e vendida pelas mulheres. Outros vegetais também eram consumidos, tais como lentilhas, grão de bico, feijões, cebola, alface, tâmaras e uvas. A grande fonte de proteínas era o peixe. Mais de 50 tipos eram consumidos, provenientes da pesca com redes nos rios Tigre e Eufrates. A carne de carneiro era outra grande fonte de alimentação das classes mais elevadas da população. Outros animais criados para o abate eram as cabras e bois. Uma curiosidade para os dias de hoje é que comiam também cobras e sapos.
Desde esta época já se conheciam as técnicas de fabricação de queijos, manteiga e iogurte. A mistura do leite e de seus derivados com o bulgur era muito apreciada. Pratos cozidos com estes ingredientes eram olebaniye (farinha de trigo cozida com leite ou iogurte), a gabula (grãos secos de trigo cozido com manteiga) e a dokwa (farinha de cevada cozida com manteiga e carnes com ossos). Os povos antigos da Mesopotâmia foram os precursores no processamento do leite. Alguns relevos datados de 2500 a.C. encontrados em ruínas mostram as atividades da preparação da manteiga e outros derivados. Os queijos também eram processados e armazenados. O creme de leite sólido como um queijo era guardado em ânforas enterradas no piso das casas para evitar o forte calor, que o deteriorava.

O pão árabe como conhecemos hoje, redondo, plano e oco, foi concebido no Período Babilônico, praticamente não havendo mudanças no processo. A massa arredondada era assada em fornos muito quentes, a 500°C, o que fazia os gases produzidos internamente se expandirem. O pão saía como um balão, que depois de esfriado se contraía. Ao início da Babilônia usavam-se os xaropes de uva ou tâmaras para se adoçar as comidas. Estes xaropes eram estáveis e duráveis, podendo ser estocados. Eram produzidos a partir da secagem dos sucos ao sol ou através de fervura. Os assírios usavam o xarope de uvas para ser misturado com farinha de trigo, formando pequenos bolos de vários formatos, que eram secados e eventualmente adicionados de castanhas.



Também comiam uma grande quantidade de vegetais, que eram fáceis de ser preparados. Os pepinos eram comidos inteiros com casca, as cenouras raramente eram cozidas, as folhas de videiras cozidas eram consumidas e apreciadas. Também eram apreciadas as sementes de melões, melancias, margaridas e abóboras, que eram lavadas, secadas, cozidas com sal e assadas.
E assim finalizamos nossa viagem pela gastronomia das civilizações, e concluímos que entre os diversos alimentos utilizados por esses povos o pão era o que mais se consumia.

Fontes utilizadas:
Antigo Egito disponível em http://antigoegito.org/cozinha-bebidas-e-comidas/ 


Um comentário:

  1. mais e sobre os assirios?
    já que é de todos os povos da antiguidade

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