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Crise capitalista e regimes totalitários

Alguns fatos marcaram profundamente a história humana, alimentados por crenças na “superioridade de uma raça” que acabou por culminar em uma prática em larga escala, voltada para discriminação e até mesmo extermínio dos considerados “diferentes”.
Abordaremos o Nazismo na Alemanha e o fascismo na Itália, considerado por muitos historiadores como regimes políticos.

LINHA DO TEMPO:

A DÉCADA DE 1920- A HEGEMONIA ECONÔMICA DOS EUA


No final da Primeira Guerra Mundial, os Estados Unidos assumiu o posto de maior economia mundial, responsável por 50% de toda a produção industrial do mundo. O progresso tecnológico criou uma atmosfera de euforia em parte da população que contribuiu para formação de um cenário otimista da moderna sociedade industrial denominada ideologicamente como American way of life (estilo americano de vida) caracterizado pelo consumo de inúmeros produtos, do automóvel aos eletrodomésticos.
Entretanto, essa prosperidade não atingia de forma igualitária todos os setores da economia assim como grupos sociais e as regiões do país. Um exemplo dessa desigualdade entre os setores pode ser percebido na área agrícola.

A CRISE DE 1929

Como uma pandemia a crise da economia dos Estados Unidos se espalhou por vários países do mundo. Até por volta de 1925 a Europa lutava para reconstruir um continente em ruinas devido a 1ª guerra enquanto isso os Estados Unidos apresentava um notável crescimento econômico vendendo aos europeus tudo o que precisavam desde máquinas a alimentos, combustível etc.
Logo que a Europa começou a se reestruturar as indústrias locais iniciaram um processo de modernização em sua produção como forma de frear a importação de produtos norte-americanos que continuavam a expandir a produção industrial e agrícola ultrapassando as necessidades de compra do mercado interno e do internacional.

A QUEDA DA BOLSA DE VALORES DE NOVA YORK

Em 29 de Outubro de 1929 ocorreu a queda vertiginosa de milhões de ações na bolsa de valores de Nova York . Foi um dos piores dias da crise: as ações perderam quase todo o seu valor financeiro e inúmeras empresas e bancos foram à falência. Entre 1929 e 1932, a produção industrial dos Estados Unidos foi reduzida em 54%.
Para superar a crise foi criado um programa intitulado New Deal um conjunto de acordos inspirados na ideia do economista inglês John Keynes (1883- 1946).

O AVANÇO DOS REGIMES TOTALITÁRIOS 


A democracia liberal sofreu retrocesso na década de 1920 em alguns países s europeus como, por exemplo, Alemanha, Itália, Portugal, Espanha e Grécia. A partir da crise de 1929, a situação desfavorável abriu mais espaço para o avanço dos regimes totalitários. Esses  regimes são caracterizados pela interferência do Estado na vida dos cidadãos. Entre os exemplos mais significativos de formação de regimes totalitários estão o fascismo na Itália e o nazismo na Alemanha.

FASCISMO NA ITÁLIA


Após a guerra muitos países ficaram a beira da ruína e um deles foi a Itália, que teve que enfrentar um saldo doloroso de 700 mil mortos, 500 mil feridos e dívidas enormes contraídas junto aos bancos dos Estados Unidos e da Inglaterra.
Outros problemas contribuirão ainda mais para esse cenário catastrófico como, a fome, a inflação e o desemprego que afetou tanto o campo quanto a cidade. Foi nesse clima de instabilidade que Benito Mussolini fundou o partido Nacional Fascista em 1921. No ano seguinte Mussolini conquistou o poder na Itália.

Princípios fascistas 

Mussolini, em um discurso proferido dia 28 de outubro de 1925 proferiu a frase que define concisamente a filosofia do fascismo: "Tutto nello Stato, niente al di fuori dello Stato, nulla contro lo Stato" ("Tudo no Estado, nada fora do Estado, nada contra o Estado").
Nazismo é geralmente considerado uma forma de fascismo, mas o Nazismo, em contraste com o Fascismo, viu o objetivo do Estado no serviço de um ideal daquilo que o Estado supostamente deveria ser: as suas pessoas, raças, e a engenharia social destes aspectos da cultura com o fim último de uma maior prosperidade possível para eles às custas de todos os outros. Por seu lado, o fascismo de Mussolini continuou fiel à ideologia de que todos estes fatores existiam para servir o Estado e que não era necessariamente no interesse do Estado servir ou manipular algumas daquelas características. O único objetivo do governo sob o fascismo era auto-valorizar-se como a maior prioridade da sua cultura, simplesmente sendo o Estado em si, quanto maior a sua dimensão, melhor, pelo que se pode dizer que se tratou de uma Estadolatria (idolatria do estado) governamental.

Lemas e provérbios fascistas

  • O acima mencionado Tutto nello Stato, niente al di fuori dello Stato, nulla contro lo Stato, "Tudo no Estado, nada fora do Estado, nada contra o Estado."
  • Me ne frego, "Não me importa," o lema fascista italiano.
  • Libro e moschetto - fascista perfetto, "Livro e musquete - fascista perfeito." (na Alemanha, Goebbels iria usar algo de semelhante - "Com um livro numa mão e a espada na outra", o nazi...
  • Viva la Morte, "Viva a morte (sacrifício)."

O NAZISMO NA ALEMANHA


Vencida na primeira Guerra Mundial e considerando-se humilhada pelas duras condições impostas pelo Tratado de Versalhes, grande parte da sociedade alemã enfrentou os anos 20 com dificuldades econômicas e sociais.
Entusiasmados com o exemplo da revolução Russa(1917) amplos setores do operariado protestavam contra a exploração capitalista em greves organizadas em sua maioria pelos membros do partido comunista Alemão.
Temendo a expansão do socialismo, consideravel parcela da elite política e economica alemã passou a fornecer apoio ao partido Nazista-autoritário e anti-democrático - liderado por Adolf Hitler.
Em 1923, Hitler, indignado com as péssimas condições que os alemães enfrentavam, oriundas da derrota na guerra, tentou um golpe de Estado em uma cervejaria, na Alemanha. Sem sucesso, foi preso. Enquanto estava na prisão, escreveu um livro que se tornaria a cartilha para o nazismo: “Mein Kampf” (Minha luta). Nesse livro, Hitler defendia a hegemonia da raça ariana, alegando que a Alemanha só se reergueria quando os povos se unissem “num só povo, num só império, num só líder”. Outras etnias, como judeus e negros, deveriam ser executadas. Hitler não gostava de judeus, pois afirmava que a Primeira Guerra só fora desastrosa por conta da traição dos judeus marxistas. Além do ódio contra outras etnias, Hitler também defendia o extermínio de testemunhas de Jeová e homossexuais. E comunistas, é claro. Para executar suas ordens, foram criadas as Seções de Assalto (S.A), as Seções de Segurança (S.S.) e a Gestapo (polícia secreta).

Os alemães viam em Hitler uma salvação para a crise que o país enfrentava. Rapidamente o partido cresceu. Agricultores, jovens, soldados, em todas as classes, tornaram-se adeptos do novo partido. Com a crescente do partido, o presidente alemão Hindenburg, amedrontado, ofereceu o cargo de chanceler a Hitler, que instaurou uma política de repreensão contra seus opositores: os líderes comunistas foram presos em campos de concentração e, posteriormente, executados. Em agosto de 1934, o presidente Hindenburg morreu e Hitler assumiu o cargo máximo, sem abrir mão do seu cargo antigo. Criou o Terceiro Reich (império) e se proclamou Führer (líder, em alemão). Sua primeira medida como ditador foi a execução de milhares de judeus, comunistas, homossexuais, negros e outros nos campos de concentração. Esse episódio ficou conhecido como “Holocausto”.

Uma figura fundamental na difusão do nazismo foi Joseph Goebbels. Hábil orador, cineasta e agitador, Goebbels foi nomeado ministro da propaganda nazista. Além de censurar os veículos de imprensa, Goebbels fazia filmes que alienavam a população, com promessas de um mundo melhor, com a supremacia ariana. Controlava o rádio, a televisão e os jornais, divulgando seus filmes e discursos panfletários em prol do nazismo.


Referencias 

COTRIM, GILBERTO, 1955- Saber e Fazer história, 4. ed. rev. - São Paulo : Saraiva,2005

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