Uma recente pesquisa geológica feita no satélite natural Europa, uma das luas de Júpiter revelou que uma enorme parcela de 20.000 quilômetros quadrados da superfície estava ausente. Para explicar isso, uma equipe de pesquisadores propõe agora que a casca de gelo de Europa tem um sistema frágil e móvel de placas acima da convecção do gelo mais quente.
Ao lado: imagem de trilhas em cores falsas do hemisfério norte de Europa, onde zonas de subducção podem existir. Crédito: NASA / JPL / University of Arizona.
Se confirmada, a descoberta faria de Europa o único local conhecido no sistema solar além da Terra a ter uma superfície em forma de placas tectônicas. Os trabalhos anteriores mostraram que Marte já experimentou placas tectônicas, mas o processo tectônico já chegou ao fim.
Os pesquisadores Simon Kattenhorn e Louise Prockter observaram áreas da lua gelada onde rachaduras se abriram e em que o novo material surgiu a partir de debaixo do gelo, criando novas áreas de superfície.
“E a menos que a lua esteja em expansão, o que não acho que seja o caso, você tem que remover a superfície de outro lugar, a fim de acomodar a nova área de superfície que está sendo criada”, observou Kattenhorn no ABC Science.
É provável que um sistema de placas tectônicas esteja movendo partes velhas da superfície de Europa sob placas adjacentes, semelhantes a zonas de subducção da Terra.
Os pesquisadores chegaram a essa conclusão após analisar imagens da missão Galileo, da NASA. Eles reconstruíram a história geológica de uma seção da superfície de Europa, atravessada por cordilheiras e fraturas. Depois de digitalizar uma área de 134.000 quilômetros quadrados, os pesquisadores descobriram que um pedaço de 20.000 quilômetros quadrados estava faltando. A região tinha desaparecido ao longo de uma fronteira entre duas placas de gelo, possivelmente quando afundou sob a outra.
Este processo é semelhante ao que acontece com a crosta da Terra, que é dividida em várias placas tectônicas que são movidas pela convecção de calor.
Isso tudo é uma notícia muito boa para os astrobiólogos porque aponta para processos químicos complexos e dinâmicos. A reciclagem de material entre a superfície e o interior tem implicações para o potencial de habitabilidade da lua.
Fonte:io9
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