De volta ao Equador o professor inglês David Harvey Lançou um novo livro, advertiu sobre as contradições do capitalismo, e opinou sobre o "modelo Correa" que transcende fronteiras.
Diário Liberdade
Trouxemos um trecho da entrevista do professor David Harvey a Andes.
Ele disse que a América Latina está dando um exemplo ao tratar de reverter os piores aspectos do neoliberalismo, e anunciou que "deveria-se inventar um modo no qual haja valores, em que não se busque o lucro, em que se possa viver uma vida decente e tenhamos um ambiente diferente".
Por que o fim do capitalismo?
O que o motivou a escrever este livro em particular?
Se o capitalismo está com seus dias contados e o neoliberalismo também, qual é a situação em que nos encontramos?
Para ser honesto, não estou muito seguro. Mas se vivêssemos no século XV e alguém nos perguntasse "como é o capitalismo?" não teríamos ideia de como responder isso e, na verdade, não acredito que essa resposta esteja clara. Bom, agora creio que devamos nos distanciar de uma sociedade que se baseia em jogos monetários e que quer comercializar tudo, e começar a pensar realmente em construir um mundo no qual as pessoas tenham acesso às coisas que são necessárias para viver uma vida decente. Por exemplo, recentemente nos Estados Unidos vimos como deixaram 6 milhões de pessoas sem moradia por não terem como pagá-las, e todo o mundo tem direito a uma casa e a um ambiente decente. Deveria-se inventar um mundo no qual haja valores, em que não se busque o lucro, no qual se possa viver uma vida decente e tenhamos um ambiente diferente.
O livro
As "17 contradições e o fim do capitalismo" aborda as contradições do capital, que o autor classifica em "fundamentais, mutantes e perigosas", e as considera "essenciais para explicar a reprodução social das sociedades atuais".
É de máximo interesse para quem deseja aprofundar na compreensão e lógica do capitalismo e suas contradições, "excelente mapa, necessário esquema para organizar a luta de classes no século XXI e a revolta global, regional e local contra a lógica do capital e as formas de exploração e dominação, que oferecem a 99% da população do planeta um presente de crise e de desastre social e um futuro de desolação e caos sistêmico. E talvez para desenhar a superação definitiva do capitalismo".
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