Um grupo de instituições científicas brasileiras e alemãs começou a
construir, nesta sexta-feira, um observatório climatológico no meio da
Amazônia. A estrutura terá 325 metros, mais alta que a Torre Eiffel.
A previsão é que as obras da gigantesca estrutura sejam concluídas em
novembro, informou hoje em comunicado o Instituto Nacional de Pesquisas
da Amazônia (Inpa), que lidera o projeto.
A Torre Eiffel tem 301 metros de altura mas alcança os 324 com a
antena instalada na ponta enquanto o observatório na Amazônia terá 325
metros de altura e chegará aos 330 metros com o sistema de pararraios.
O observatório climatológico começou a ser erguido na Reserva de
Desenvolvimento Sustentável de Uatumã, localizada na jurisdição de um
município a 150 quilômetros de Manaus.
O local para a torre de monitoração foi eleito após uma série de
estudos que determinaram sua idoneidade para abrigar a construção.
A chamada Amazon Tall Tower Observatory (Atto, por sua sigla em
inglês) servirá para a monitoração das mudanças climáticas que ocorram
nas florestas da zona, um dos ecossistemas mais sensíveis do planeta e
que desempenha um papel importante na estabilização do clima.
O objetivo a longo prazo é medir os impactos das variações
climatológicas globais nas florestas de terra firme da Amazônia através
do estudo da interação da vegetação com a atmosfera.
Outro dos usos do observatório será a realização de pesquisas
inéditas na química da atmosfera (mudanças gasosas, reações químicas e
aerossóis), processos de transporte de massa e energia na camada limite
atmosférica e também para estudar a formação e o desenvolvimento das
nuvens.
“Queremos diminuir as dúvidas nestes campos de pesquisa científica e
contribuir e aperfeiçoar a representação da Amazônia e outras áreas
tropicais úmidas nos modelos climáticos”, assegurou o pesquisador do
Inpa Antonio Manzi, um dos coordenadores do projeto.
Se prevê que a torre funcione 24 horas por dia durante os próximos 20
ou 30 anos e, além da Atto, também serão erguidos quatro observatórios
auxiliares de 80 metros de altura que servirão para complementar os
dados obtidos pela construção principal.
A instalação faz parte de um trabalho conjunto entre o Instituto Max Planck (Alemanha) e o Inpa, que investirão R$ 7,5 milhões.
Esta construção científica faz parte do Programa de Grande Escala da
Biosfera-Atmosfera do Amazonas (LBA), um projeto de estudos científicos
na Amazônia que começou a ser implementado em 1998.
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